terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

País do conhecimento, potência ambiental


Texto publicado na coluna Tendências / Debates do jornal Folha de S. Paulo, edição de 20/02/2011

Há 90 anos, o Brasil era um país oligárquico, em que a questão social não tinha qualquer relevância aos olhos do poder público, que a tratava como questão de polícia.
O país vivia à sombra da herança histórica da escravidão, do preconceito contra a mulher e da exclusão social, o que limitou, por muitas décadas, seu pleno desenvolvimento.
Mesmo quando os grandes planos de desenvolvimento foram desenhados, a questão social continuou como apêndice e a educação não conquistou lugar estratégico.
Avançamos apenas nas décadas recentes, quando a sociedade decidiu firmar o social como prioridade.
Contudo, o Brasil ainda é um país contraditório. Persistem graves disparidades regionais e de renda. Setores pouco desenvolvidos coexistem com atividades econômicas caracterizadas por enorme sofisticação tecnológica. Mas os ganhos econômicos e sociais dos últimos anos estão permitindo uma renovada confiança no futuro.
Enorme janela de oportunidade se abre para o Brasil. Já não parece uma meta tão distante tornar-se um país economicamente rico e socialmente justo. Mas existem ainda gigantescos desafios pela frente. E o principal, na sociedade moderna, é o desafio da educação de qualidade, da democratização do conhecimento e do desenvolvimento com respeito ao meio ambiente.
Ao longo do século 21, todas as formas de distribuição do conhecimento serão ainda mais complexas e rápidas do que hoje.
Como a tecnologia irá modificar o espaço físico das escolas? Quais serão as ferramentas à disposição dos estudantes? Como será a relação professor-aluno? São questões sem respostas claras.
Tenho certeza, no entanto, de que a figura-chave será a do educador, o formador do cidadão da era do conhecimento.
Priorizar a educação implica consolidar valores universais de democracia, de liberdade e de tolerância, garantindo oportunidade para todos. Trata-se de uma construção social, de um pacto pelo futuro, em que o conhecimento é e será o fator decisivo.
Existe uma relação direta entre a capacidade de uma sociedade processar informações complexas e sua capacidade de produzir inovação e gerar riqueza, qualificando sua relação com as demais nações.
No presente e no futuro, a geração de riqueza não poderá ser pautada pela visão de curto prazo e pelo consumo desenfreado dos recursos naturais. O uso inteligente da água e das terras agriculturáveis, o respeito ao meio ambiente e o investimento em fontes de energia renováveis devem ser condições intrínsecas do nosso crescimento econômico. O desenvolvimento sustentável será um diferencial na relação do Brasil com o mundo.
Noventa anos atrás, erramos como governantes e falhamos como nação.
Estamos fazendo as escolhas certas: o Brasil combina a redução efetiva das desigualdades sociais com sua inserção como uma potência ambiental, econômica e cultural.
Um país capaz de escolher seu rumo e de construir seu futuro com o esforço e o talento de todos os seus cidadãos.

Dilma Rousseff é a presidente da República.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Anita Garibaldi no cenário político nacional.


A jovem Severine Macedo, natural de Anita Garibaldi SC, foi convidada pelo Ministro Gilberto Carvalho para assumir a Secretaria Nacional de Juventude do Governo Federal. O órgão está ligado a Secretaria Geral da Presidência. Severine teve participação efetiva na coordenação de juventude durante a campanha eleitoral em 2010, já coordenou a juventude da agricultura familiar na Fetraf Sul e Fetraf Brasil, e atualmente é secretaria da juventude petista.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Quatrocentas indicações.

Numa atividade realizada na tarde de ontem, no Salão Nobre da EEB Padre Antonio Vieira, onde o assunto debatido foi o saneamento básico de nosso municipio, assisti um desabafo do presidente da Câmara, meu amigo e prestativo vereador Julinho Pinheiro. Ocorre que a certa altura do evento veio a tona aquela situação das famílias residentes na portelinha, sem esgoto, sem fossa septica, sem energia elétrica e por aí a fora. Logo a cobrança para solução de tamanho descaso para com aquela parcela da nossa gente foi direcionada aos nobres vereadores, ao que a resposta do presidente veio em tom de desabafo: "já fizemos mais de quatrocentas indicações, mais o executivo não faz..." É claro o número foi simbólico para dizer das muitas cobranças feitas pela câmara solicitando o atendimento a portelinha e da indiferença do Sr prefeito para com a situação. Teve gente que não se arriscou defender o chefe e saiu de fininho. O presidente do legislativo mostra que tem postura e é independente, parabéns pela atitude corajosa.

Informando!

Segundo informações encontradas no site do Banco do Brasil a arrecadação da prefeitura municipal de Anita Garibaldi referente ao mês de janeiro de 2011 foi de R$ 1.651.660,60 (UM MILHÃO SEISSENTOS E CINQUENTA E UM MIL SEISSENTOS E SESSENTA REAIS COM SESSENTA CENTAVOS).
Está aí o endereço: https://www13.bb.com.br/appbb/portal/gov/ep/srv/daf/index.jsp

domingo, 10 de outubro de 2010

Dois Brasis

Excelente texto de Emir Sader,

http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=562

Serra é da corrente do mal, que só destrói, que criou três crises durante o governo FHC, que quase destruiu o Brasil e agora quer quer brecar o caminho pelo qual o Brasil avança.

Campanha ou guerra?

Qualquer análise sobre o que significa este segundo turno deve ser precedida por uma correta percepção sobre o que estamos travando: isso é uma campanha ou é uma guerra?
A última semana de 1º turno e o início da primeira semana do 2º turno mostram que não estão fazendo campanha contra Dilma. Estão travando uma guerra.
Campanha insidiosa não é campanha, é guerra. Campanha que abusa do sentimento religioso não é campanha, é cruzada. Campanha que inventa frases nunca proferidas por Dilma para demonizá-la não é campanha, é crime.
A quem interessa esse clima de guerra? A ninguém que cultive um mínimo de espírito democrático. A ninguém que tenha esclarecimento suficiente para saber que uma campanha eleitoral não é um plebiscito sobre questões bioéticas que são complexas, que envolvem os três poderes da República e que merecem um tratamento sério, e não sua banalização e
uso preconceituoso.
Não era para ser isso, mas o segundo turno pode se tornar uma batalha do esclarecimento contra o obscurantismo. Voltamos ao século XVIII. É lá, no século XVIII, que os setores elitistas ultraconservadores insistem em querer manter o Brasil, em inúmeras questões. E é lamentável que parte considerável dos que se dizem democratas se renda a esse senhorio e aceite entrar pela porta dos fundos desse condomínio.
Ao percebermos esse quadro, é preciso uma mudança de postura. Da candidata, dos partidos, dos militantes, e principalmente dos cidadãos que vêem sua cidadania ser arranhada pelas patas do reacionarismo; dos que são ameaçados em seu direito de discernir corretamente sobre o que está em jogo, diante de uma pregação que não é só destinada ao 2º turno, mas até a um 3º turno da eleição presidencial.
Todos os setores democráticos e populares, os que votaram em Marina e mesmo parte dos que votaram em Serra têm o dever de entender o que se está passando. A candidatura adversária está sendo capturada pelo reacionarismo. O candidato Serra, que se dizia orgulhoso de sua biografia, será que ainda faz questão de preservá-la? É o que veremos, não no horário eleitoral gratuito, mas nas ruas, nos panfletos apócrifos, nas mensagens que destilam ódio pela internet, nos pronunciamentos de seu vice (seja lá quem for).
As três principais candidaturas (Dilma, Serra e Marina) fizeram um primeiro turno relativamente tranqüilo, salvo pelas duas últimas semanas de ataques irracionais à candidata governista. Dilma com um programa propositivo, Serra fingindo não ser de oposição e Marina falando, justamente, contra a polarização (que ela paradoxalmente contribuiu para produzir, com o 2º turno).
Segundo turno, não tem jeito: é plebiscito. Ele representa um instrumento de grande importância em nosso sistema político, pois garante que o escolhido seja de fato respaldado pela ampla maioria dos eleitores. Por isso, os candidatos são obrigados a mostrar quem são, o que representam e quem representam.
É disso que se trata: a partir de agora, vai ser preciso dar nome aos bois e às boiadas. Dilma ultrapassou o teto histórico da votação da esquerda em primeiro turno, mesmo das votações dadas às campanhas vitoriosas de Lula. É um feito que demonstra o avanço conquistado pelos movimentos sociais e suas organizações e pelo amadurecimento do eleitorado brasileiro, facilitado por um conjunto de políticas públicas que mostrou as diferenças abissais do governo Lula em relação a qualquer outro governo.
Devemos pensar em três frentes: na política, na questão ambiental e no desenvolvimento do país. Na política, o que está em jogo é o enraizamento da participação popular no desenho das políticas públicas e o fortalecimento das classes sociais menos favorecidas, em sua luta não apenas por ascensão econômica, mas por protagonismo político. Isso é algo que incomoda muita gente e que a ultradireita quer eliminar a todo custo.
Na questão ambiental, há uma guerra do setor predatório do agronegócio contra Dilma. Basta ver que os mapas de votação que dão maioria a Serra localizam-se fortemente em Estados e localidades que têm os maiores focos de agronegócio predatório. É só ver quem está do lado de Serra e os ruralistas que o apóiam.
Já o modelo de desenvolvimento sustentável com inclusão social deve mostrar suas diferenças com o modelo de desenvolvimento excludente, privatista e predatório. Vamos ter que lembrar dos vôos de galinha, dos “inimpregáveis”, dos “vagabundos” (foi assim mesmo que FHC denominou os servidores públicos aposentados), da época em que se considerava delírio um salário mínimo de100 dólares (isso mesmo, hoje daria menos de 170 reais).
Será preciso mostrar o que fizemos em crescimento econômico e em desenvolvimento social das regiões mais pobres. Teremos que relembrar o que era a Petrobrás e o BNDES há 8 anos e o que eles representam agora, ao terem sido transformados em alavancas do desenvolvimento nacional, com impactos positivos até sobre a América do Sul.
Será preciso mostrar o que se fez política externa, que de um lado simboliza a importância do Brasil no exterior e, de outro, atiça os que têm o complexo de vira latas.
Será preciso comparar o que se fez na Saúde no Governo Lula com o caos da saúde em São Paulo, confrontando as opções de gestão: de um lado, o fortalecimento da gestão pública; do outro, o desmonte, a terceirização, a falta de investimentos. Será preciso defender o Plano Nacional de Direitos Humanos 3, inclusive com a ajuda dos que foram responsáveis pela área de direitos humanos durante a gestão anterior.
Questões como essas deveriam ser o cerne do debate. Mas isso é para uma campanha. Para uma guerra, é mais do que urgente que não só os partidos coligados à candidatura Dilma, mas todos os movimentos de cidadania que lutam arduamente pela melhoria da qualidade do voto, pelo aperfeiçoamento da nossa democracia, pela não deturpação e manipulação do debate eleitoral cumpram a tarefa de alertar os cidadãos e cidadãs sobre as ações perversas dos que se aproveitam desse momento eleitoral e do espaço dado pela candidatura adversária para esgrimir suas ignomínias.
É preciso uma nova campanha da legalidade, com um trabalho militante de recolhimento de denúncias e acionamento penal daqueles que se acham livres para produzir atentados à democracia. Tenho a certeza de que, se isso for estancado, deixaremos de travar uma guerra e poderemos democraticamente iniciar uma campanha.
E poderemos certamente descobrir que os que apostam no envenenamento do debate eleitoral são provavelmente os mesmos que acabaram derrotados na luta pela redemocratização do país. Luta que custou muitas vidas e foi vitoriosa graças a muita mobilização popular.
É essa história que devemos defender neste momento em que não podemos cair na defensiva, nem nos acovardar pelas ameaças infames dos profetas do golpismo e dos Zés do Apocalipse.

Arlete Sampaio é deputada distrital eleita pelo PT-DF, foi Vice-Governadora do DF (1995-1998) e Secretária Executiva do Ministério do Desenvolvimento Social do Governo Lula

Datafolha: Dilma cresce 7 pontos e sai na frente no 2º turno, com 54% dos válidos



A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, saiu na frente na disputa pelo segundo turno contra o tucano José Serra.

Segundo pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (9), Dilma tem 54% dos votos válidos, contra 46% de Serra (48% a 41% das intenções, com 11% de brancos, nulos e indecisos).

Em relação ao resultado do primeiro turno, Dilma cresceu 7 pontos (tinha 47%) e Serra cresceu 13 (tinha 33%).

A pesquisa, divulgada e contratada pelo jornal Folha de S.Paulo, foi realizada no dia 8 de outubro junto a 3.265 eleitores, com margem de erro de 2 pontos percentuais.